sobre Goffredo Telles Junior

Proposta do Professor para reforma universitária se debruçava em problemas latentes até hoje

1968 foi, literalmente, o ano que não terminou - ao menos no que diz respeito à educação superior.

Em dezembro daquele ano, o Conselho Universitário da Universidade de São Paulo aprovou a realização anual e ordinária de uma Assembléia Universitária Paritária, como órgão máximo e soberano, com o intuito de traçar suas diretrizes. O Conselho vinha em consonância com a lei 5.540/68, que fixou as normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média.

Antes disso, em junho, a Comissão Especial de Reestruturação, formada por 10 professores da USP, tomou a decisão de dissolver-se após a aprovação de um memorial. A Comissão havia sido empossada 18 meses antes e ainda não havia divulgado as conclusões de seu trabalho, e acabou ganhando a oposição dos estudantes.

É nesse contexto que o Professor Goffredo da Silva Telles, atento aos anseios e às necessidades de estudantes e professores, elaborou estudo sobre a reforma universitária. Publicado logo após a dissolução da Comissão, o Mestre contemplou em seus trabalhos os maiores déficits da educação superior à época, quais eram:

  • demanda maior que a oferta de vagas nas universidades;
  • alto preparo técnico dos alunos e carência de conhecimentos básicos que servem de alicerce a tal preparo;
  • deficiência de cultura geral;
  • professores com salas abarrotadas;
  • currículos defasados;
  • discrepância de médias entre alunos dos cursos diurnos e cursos noturnos;
  • experiência e preparo para carreira de professores.

Qualquer semelhança com os problemas que assolam o ensino superior em 2012 não é mera coincidência, apenas a constatação de que, passados 44 anos, ainda não se encontrou soluções para tamanhos gargalos que emperram o salto de qualidade desejado à educação no país.

Mas, já em 1968, Goffredo da Silva Telles Junior antecipou diretrizes que podem nortear os caminhos de uma melhora na Universidade. Conheça sua proposta do Colégio Superior de Cursos Básicos; a trajetória que um professor deve seguir dentro da Universidade; a divisão das turmas para seminários; o acompanhamento íntimo do professor, compartilhando com os alunos o amor pelo saber; a flexibilidade dos currículos e o investimento na verdadeira vocação de cada estudante.

Confira a proposta do Professor para a reforma da Universidade.