sobre Goffredo Telles Junior

Goffredo, na atualidade

Rossano , Calábria, Itália

O mestre inolvidável, como se posicionaria diante deste outro mundo?. Que mundo é esse? Pedi licença a quem de direito, para entrevistá-lo em poucos minutos. Concedida.

1 Mestre, como sente a presença do narcotráfico na economia dos países ditos do primeiro mundo?

“O narcotráfico é a principal economia do mundo e está arruinando a democracia. Afirmo que ele põe condições à economia, à política, às finanças, à moral. Vive através da corrupção e da reciclagem, através dos bancos muitos dos quais foram e continuam sendo salvos da quebra graças a fortes injeções desse dinheiro imundo!”.

2 Mestre, suas fontes são privilegiadas. Esclareça melhor, por favor.

“Hoje a reciclagem se opera com mais facilidade na Europa do que nos Paraísos Fiscais, porque a falta de liquidez tornou frágil o sistema bancário. E isto, dinheiro da droga e reciclagem, representam também um problema ainda mais contundente: a ligação com a corrupção em todos os níveis. O destemido escritor italiano, Roberto Saviano, acaba de publicar em seu país o livro “Zero, zero, zero”. Exagerado, em razão, sustenta, sem temor, que necessitamos de um Patriot Act Mundial para enfrentar o demônio e sua capacidade de corrupção.

3 Mudando de argumento, como interpreta as medidas provisórias sucessivas do governo Dilma?

“Fui constituinte em 1946: outra época, outros costumes, outros valores, outros políticos. A Carta era enxuta, ninguém inventou o que não se poderia dar, pois o país acabara de sair da ditadura de Vargas e da guerra. Hoje, o país está quebrado: não admitimos porque os dados são falsos. O grande Piero Calamdrei escreveu: “A Constituição é um pedaço de papel: deixo-o cair e não se move. Para se mover, preciso cada dia colocar combustível, preciso empenho, o espírito (estar vivo), a vontade de manter as promessas (dela), (respeitar) a própria responsabilidade! É o que a faz viva. Isso não está ocorrendo com essa degradante classe política atual”.

4 Migalhas o homenageia, sempre. Que diz?

“Surpreendente questionamento. Verdadeiro”.

Em contrapartida, esgotado o tempo concedido para o Colóquio senti a emoção porque os Goffredos não se vão; suas trajetórias terrestres são o que escreveu Santo Agostinho: “A medida do amor é amar sem medida”. Obrigado, queridíssimo mestre e surpreendente amigo-anjo: Goffredo Telles Júnior.

Por Jayme Vita Roso